De última hora, vereadores aprovam empréstimo de R$ 132 milhões ao Paço Municipal
Com informações de João Reynol
Os vereadores de Goiânia aprovaram, em segunda votação, o empréstimo de R$ 132 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo Paço Municipal. A sessão, em um primeiro momento, seria estendida até às 15h, mas a votação se encerrou antes das 13h. A aprovação foi marcada por embates entre oposição e base do governo já que o projeto foi incluído de última hora e ainda passou pela inversão de pauta – quando se tem a modificação na ordem da aprovação dos projetos.
Foram 22 votos favoráveis e oito contrários para a liberação do dinheiro que, segundo o Paço, será voltado à modernização do Parque Tecnológico de Goiânia. Veja como votou cada um dos vereadores.
Favoráveis
- Bessa (DC)
- Bruno Diniz (MDB)
- Daniela da Gilka (PRTB)
- Denício Trindade (UB)
- Dr. Gustavo (Agir)
- Geverson Abel (Republicanos)
- Henrique Alves (MDB)
- Heyler Leão (PP)
- Isaías Ribeiro (Republicanos)
- Juarez Lopes (PDT)
- Leia Klébia (Podemos)
- Léo José (Solidariedade)
- Lucas Kitão (UB)
- Markin Goyá (PRD)
- Oséias Varão (PL)
- Pedro Azulão Jr. (MDB)
- Ronilson Reis (Solidariedade)
- Rose Cruvinel (UB)
- Sanches da Federal (PP)
- Sargento Novandir (MDB)
- Thialu Guiotti (Avante)
- Tião Peixoto (PSDB)
Contrários
- Aava Santiago (PSDB)
- Coronel Urzêda (PL)
- Fabrício Rosa (PT)
- Igor Franco (MDB)
- Lucas Vergílio (MDB)
- Kátia Maria (PT)
- Major Vitor Hugo (PL)
- Professor Edward Madureira (PT)
Ao Jornal Opção, Kátia Maria criticou tanto o conteúdo quanto a tramitação da proposta. Segundo ela, a legislação exige um conjunto de documentos que ainda não foram apresentados pelo Executivo. “Entre os documentos exigidos, faltam três, incluindo o detalhamento conhecido como ‘regra de ouro’, que estabelece, em tabela, onde exatamente o dinheiro será gasto. Hoje isso aparece apenas de forma genérica, como modernização do sistema da prefeitura”, declarou.
A parlamentar lembrou que situação semelhante ocorreu durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz, quando o Ministério Público barrou a votação até que a documentação fosse apresentada. Para Kátia, o governo tenta repetir a estratégia em um momento de menor atenção da sociedade. “Eles estão fazendo a inclusão desse projeto no apagar das luzes, quando a população está preocupada com o Réveillon, para que o povo de Goiânia nem perceba o que está sendo votado”, afirmou.
Questionada sobre a necessidade da modernização tecnológica, Kátia Maria disse concordar com o objetivo, mas criticou a contratação de empréstimo. “A modernização é necessária, mas não se justifica fazer empréstimo para uma prefeitura que criou novas taxas, afirma ter superávit e diz estar com dinheiro em caixa”, concluiu.
Aava Santiago também fez duras críticas e comparou a sessão desta terça-feira à realizada em em dezembro de 2023, quando foi aprovado o empréstimo de mais R$ 700 milhões para o então prefeito Rogério Cruz. Segundo ela, o atual projeto foi apreciado com a mesma “agilidade e mecanismo”. “É um restabelecimento imaginário, fictício. Um novo empréstimo nos mesmos moldes da sessão anterior, de última hora, com documentos que tentam atestar a saúde financeira do município”, disse.
Aava ressaltou ainda que a proposta não cumpre exigências orçamentárias e legais. “O projeto não está incluído na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) nem na LOA (Lei Orçamentária Anual). Não tem parecer favorável da Procuradoria da Prefeitura, da Câmara e nem da Secretaria da Fazenda”, afirmou.
Já o líder do governo na Câmara, Wellington Bessa, rebateu as críticas de que o projeto carece de documentação. Segundo ele, todos os documentos necessários foram apresentados junto ao texto do projeto. “Não existe falta de nenhum documento. Todos foram apresentados com o projeto de lei, que autoriza o prefeito a contratar o empréstimo. No momento da operação financeira, outros documentos também serão exigidos e apresentados. O projeto está maduro para ser votado e aprovado”, afirmou.
Bessa explicou ainda que, após a aprovação, o empréstimo poderá ser contratado a qualquer momento, com efeitos a partir do exercício do próximo ano. Ele reforçou que os recursos serão destinados, entre outras ações, à modernização do Parque Tecnológico de Goiânia.
A Câmara, agora, entra em ponto facultativo para o Réveillon e, a partir de segunda, entra em recesso, com o retorno das atividades marcado para o dia 5 de fevereiro.
Relembre
No último dia 3 de dezembro, o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo o secretário de Inovação, Tecnologia e Transformação Digital, Fábio Christino, os recursos serão destinados ao financiamento do novo programa “Goiânia + Digital”, que substitui o antigo “Cidade Inteligente”, criado na gestão anterior.
Ao Jornal Opção, o secretário informou que as ações previstas no “Goiânia + Digital” estão a digitalização completa dos documentos do Paço Municipal, a expansão do videomonitoramento urbano, a instalação de sensores inteligentes voltados à segurança e à mobilidade, além da criação do Centro de Inteligência e Gestão de Operações, inspirado no modelo adotado no Rio de Janeiro. O programa contará com 13 eixos temáticos próprios, além de outros 11 eixos complementares de transformação digital.
O projeto também prevê a possibilidade de parcerias público-privadas (PPPs), a exemplo do programa Brilha Goiânia, ampliando a atuação para áreas como monitoramento urbano e gestão inteligente da cidade, além da elaboração de um Plano Diretor específico para o programa.
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