A câmera digital que um dia foi deixada de lado por causa dos smartphones voltou a ganhar espaço e desta vez nas mãos da Geração Z. As antigas Cyber-shots, sucesso nos anos 2000, saíram da gaveta dos pais, tios e avós e viraram febre entre adolescentes, impulsionadas por tendências nas redes sociais e, principalmente, pela proibição do uso de celulares nas escolas. No último ano, o que parecia obsoleto se transformou em item desejado. No TikTok e no Instagram, vídeos com estética retrô, flash estourado e imagens granuladas passaram a viralizar. Dentro das escolas, onde o celular deixou de ser permitido, as câmeras digitais surgiram como alternativa para registrar o dia a dia e momentos de despedida do ensino médio. Foi exatamente assim que a estudante Laura da Silva Gomes, de 18 anos, teve o primeiro contato com a Cyber-shot. Segundo ela, tudo começou no início do ano letivo, quando o uso de celular foi proibido. “Quando os celulares foram proibidos na escola, a gente queria continuar registrando os momentos. Eu estava no terceiro ano e estava muito em alta ter uma conta no Instagram da sala, ainda mais por ser o último ano”, conta. Sem o celular, os alunos passaram a buscar outras formas de gravar fotos e vídeos dentro da escola. “Como várias escolas proibiram o celular, a gente voltou a usar as câmeras de antigamente”, explica. A primeira câmera que Laura usou nem era uma Cyber-shot, mas já despertou o interesse. Depois, veio a surpresa dentro da própria família.“Eu comentei com a minha tia que estava muita gente usando essas câmeras antigas. Ela falou que tinha uma comprada em 2009 e me deu de presente. Eu me apaixonei”, relembra. Desde então, a câmera passou a fazer parte da rotina. “Desde o começo do ano, tudo que eu tenho para tirar foto, eu tiro com a câmera. Eu sempre ando com ela”, destaca. Com o tempo, o uso da Cyber-shot ultrapassou os muros da escola e entrou de vez no dia a dia de Laura. Mesmo com celulares cada vez mais avançados, a jovem se diz satisfeita com a qualidade da câmera de mais de uma década atrás. Para ela, a influência das redes sociais foi decisiva para a popularização das câmeras digitais entre os jovens. “Com toda certeza. No Instagram está tendo muito essa volta da estética dos anos 2000”, comenta. A estudante Emily Rodrigues Almeida, de 17 anos, também percebeu a força dessa tendência, mesmo sem ter uma câmera própria. “Existe vários vídeos na internet, de influenciadores usando essas câmeras. Acho que foi muita influência da internet mesmo”, conta. O que mais chama atenção, segundo Emily, é a estética das imagens. Para ela, não se trata apenas de qualidade técnica. “Quando você tem uma forma diferente de tirar foto e de registrar memória, isso chama muito mais atenção”, avalia. Assim como Laura, Emily viu as câmeras digitais ganharem espaço após a proibição dos celulares na escola. “As minhas amigas levaram as câmeras dos pais e das mães para registrar os momentos dentro da escola. Era uma coisa um pouco mais permitida que o celular, ainda mais porque a gente estava no terceiro ano e era um momento de despedida”, explica. A prática logo se espalhou e outros estudantes passaram a usar o equipamento. O contato com as câmeras despertou em Emily até o interesse em comprar uma. Ela lembra que chegou a fazer uma pesquisa de preços em brechó de colecionadores. “Teve uma época que eu quis até fazer fotografia. Acho fotografar uma arte muito bonita”, afirma. Enquanto não compra uma câmera, ela recorre a aplicativos que simulam o efeito retrô. “No Android tem o One Flow e no iOS o Death Cam, que simulam câmeras antigas”, explicou. Ainda assim, acredita que nada substitui o original. “A estética real da câmera antiga é diferente”, conclui. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .